quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Unidade 8 : Estruturalismo

      O estruturalismo, foi a primeira escola de pensamento em psicologia que sucedeu Wundt. O pesquisador inglês Edward Titchener estudou com Wundt na Alemanha, e levou a Psicologia desenvolvida em Leipzig para os Estados Unidos.
      Na realidade, os dois eram completamente distintos e a denominação "estruturalismo" é adequada para definir apenas a psicologia de Titchener. O estruturalismo permaneceu em evidência por cerca de 20 anos nos Estados Unidos até ser superado por outros movimentos.Titchener traduziu os livros de Wundt do alemão para o inglês.
      De acordo com Titchener, a tarefa da psicologia consistia na determinação da estrutura da consciência por meio da análise de seus elementos constituintes. Wundt estudou a apercepção, que é o processo ativo segundo o qual os elementos da mente se organizam. Ele também identificou os elementos da consciência, mas priorizou o estudo da síntese dos elementos. Titchener estuda a mente, mas rejeita o conceito de apercepção.
      A proposta de Titchener se assemelha à dos associacionistas britânicos, os elementos da mente se associam de acordo com leis mecânicas, conferindo à mente um caráter passivo.
      A abordagem experimental da psicologia não fez sucesso na Inglaterra, fazendo com que Titchener fosse para os Estados Unidos, onde cria seu laboratório  publicando 60 artigos acadêmicos.
Titchener dizia que o objeto de estudo da psicologia deveria ser a experiência consiente, a experiencia imediata  do individuo que a vivencia. O método de Titchner no estuda da experiência foi a Introspecção Experimental, onde os sujeitos eram treinados para descrever suas sensações elementares por meio de relatos detalhados e qualitativos.
      Em estudos da experiência, o erro de estímulo consiste na confusão do processo mental e o objeto observado. O objeto observado não pode ser descrito com a linguagem cotidiana, mas em linguagem elementar da experiência.
      Um observador concentrado no estímulo observado, e não no conteúdo consciente, não faz distinção entre o conhecimento adquirido no passado em relação ao objeto e a sua experiência imediata.
      A introspecção, ato pelo qual o sujeito observa os conteúdos de seus próprios estados mentais, tomando consciência deles, foi muito criticado; aqui estão as criticas :
-Relatos subjetivos: não existe consenso e concordância entre os observadores.
-"Qualquer tentativa de introspecção altera a experiência consciente observada" (Kant).
-"A mente é capaz de observar suas próprias atividades? Pode ser ao mesmo tempo o sujeito da observação e o observador?" (Comte). 
-O treinamento rigoroso dos observadores pode produzir relatos parciais. A linguagem científica também é “mediadora”.
-Há um intervalo entre a experiência e seu relato (retrospecção).
      O estruturalismo foi acusado de artificial e estéril, mas deu muitas contribuições:
-Objeto de estudo definido de forma clara e objetiva.
-Método de pesquisa baseado na observação sistemática, na experimentação e na quantificação de eventos.
-Introspecção como estudo do mundo interno.
-Desenvolvimento de movimentos fundamentados em suas críticas; o Funcionalismo.
      Os avanços científicos demandam a existência de uma oposição. Com o estruturalismo de Titchener sendo o alvo da oposição, a psicologia superou seus limites iniciais.  

Ludmila 


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Unidade 7 - Revisão das unidades anteriores

A psicologia teve início com os filósofos gregos, mas se tornou ciência no século XIX. 
Na Grécia, Sócrates dualista acreditava que a alma e corpo eram matérias distintas e tinha como método o socrático (maiêutica), no qual o conhecimento era adquirido pelo ironia. Assim, Platão, racionalista discípulo de Sócrates também acreditava que o mundo era dividido em duas partes: o mundo sensível e inteligível. Entretanto, um complementava o outro. Descartes, também racionalista  e dualista, porém interacionista defendia o conceito de ideias Inatas (o ser humano já nasce com conhecimento), que serviu como ponta de partida para o empirismo crítico.  Aristóteles, monista e empirista juntamente com Locke que acreditava que o homem nasce como uma folha em branco e Berkeley concordavam que todo o conhecimento provém da experiência. Kant criticou o que faltava para a Psicologia torna ciência, que foram objetividade no objeto de estudo, método objetivo e quantificação.  Assim, Müller, Helmholtz e Fechner contribuiram para a Psicologia científica, Muller descrevia a sensação como elemento precioso (objeto de estudo), Helmholtz propôs  a introspecção experimental (método) e Fechner contribuiu com a possibilidade de quantificação. No entanto, para que a Psicologia tornasse de fato uma disciplina ainda faltava um local de experimento, grupo de trabalho e divulgação e isso coube a Wundt, que fundou em Leipzig, na Alemanha o laboratório de Psicologia, propôs uma reforma conceitual e metodológica na Psicologia. Teve como objeto de estudo a experiência imediata e como método a observação (há interferência de variáveis) e  a experimentação (não há interferência de variáveis). Com isso, foi considerado o fundador da Psicologia científica. 

Wundt e o grupo de trabalho no Laboratório de Leipzig


Isabella

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Unidade 06
Institucionalização da Psicologia Científica

No final do século XIX, Filosofia Empirista e a Fisiologia Experimental chegaram a pontos comuns por métodos diferentes:
·        Empiristas: se preocupavam com os elementos constituintes da mente humana, e com as leis que governariam a associação entre esses elementos.
·        Fisiologistas: voltavam sua atenção para a compreensão do funcionamento dos sentidos humanos, por meio do método experimental.
Nesta época os filósofos e os fisiologistas já poderiam ser considerados “psicólogos”.
A função de uma disciplina requer mais que a pesquisa e o interesse por determinado assunto:
·        Requer a formação de um grupo de trabalho com linhas de pesquisa e métodos bem delineados;
·        Requer um local para a realização dessas pesquisas;
·        Requer um veículo para a divulgação das novas idéias.
Wilhelm Wundt, considerado o fundador da Psicologia Científica. Formado em medicina, Wundt optou pela vida acadêmica, em detrimento da prática clínica. Estudou em fisiologia com J. Muller em Berlim, e foi assistente de Helmholtz em Heidelberg. Wundt propôs uma reforma conceitual e metodológica da Psicologia.
Wundt publicou Contribuições à Teoria da Percepção Sensorial (1862), Elementos de Psicologia Fisiológica (1864), e Compêndio de Psicologia (1896).
Fundou, em 1879, o Laboratório de Psicologia em Lipzig. Em 1883, o primeiro periódico de Psicologia Experimental: Estudos Filosóficos, que em 1906 passou a se chamar Estudos Psicológicos.
Wundt definiu Psicologia como ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência imediata. Ao redefinir a Psicologia como ciência empírica, Wundt pretendeu atacar a psicologia metafísica definida como ciência da alma.
Experiência Mediata: conteúdo objetivo da experiência, mundo externo (físico, químico, biológico). Independe do sujeito da experiência.
Experiência Imediata: conteúdo objetivo da experiência, mundo interno (psicologia). Depende do sujeito da experiência. Investiga o próprio sujeito da experiência.
O laboratório de Leipzig atraiu estudantes de várias partes do mundo e tornou-se o primeiro e maior centro de formação de psicólogos do mundo. Os alunos de Wundt retornaram aos seus países de origem disseminando o modelo do Laboratório de Leipzig.
O sucesso do Laboratório de Leipzig impulsionou a institucionalização da Psicologia em 1883 o Instituto de Psicologia foi inaugurado na Universidade de Leipzig.
Wundt teve a intenção de inaugurar uma nova Psicologia, autônoma e independente de teoria metafísica.
A Psicologia Científica de Wundt emprega os dois princípios métodos utilizados pelas ciências da natureza: experimento e a observação.
Experimento: há interferência (manipulação e controle de variáveis) por parte do pesquisador introspecção experimental ou percepção interna. (e não há interferência por parte do pesquisador).

Bruna Monteiro Cruz

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

As Criticas de Imannuel Kant...

Unidade 5
Capítulo 4 – A PSICOLOGIA NO RECURSO AOS VETOS KANTIANOS

Segundo Kant, em seus Principios metafisicos da ciência da natureza (1989[1786]: 32-33), a psicologia empirica para se provar como ciência propriamente dita deveria:
·        Descobrir o seu elemento de modo similar à quimica, para com isto efetuar análises e sínteses, ou seja, o objeto de estudo deveria ser deficinido de forma objetiva;
·        Facultar a esse elemento um estudo objetivo, em que sujeito e objeto não se misturem como na introspecção, ou seja, o método deveria ser objetivo;
·        Produzir uma matematização mais avançada que a geometria nda linha reta, apta a dar conta das sucessões temporais da nossa consciência (o sentido interno), ou seja, para que fosse ciência a psicologia empirica deveria ser quantificável.

Para caracterizar um conhecimento como cientifico a primeira proposta de Agusto Comte (1798-1857) situa-se no âmbito do conhecimento e afirma que este só pode ser obtido através de juízos empíricos, públicos e controláveis, como a psicologia de sua época não preenchia estes critérios, Comte concluiu que  a psicologia não poderia ser uma ciência.

Positivismo: doutrina que reconhece somente os fenômenos naturais ou fato que são objetivamente observáveis.

A Superação dos Vetos Kantianos: Fisiologia sensorial e psicofísica

O primeiro veto kantiano, a falta de um objeto de estudo de forma objetiva, será resolvido por Johannes Muller.
Para esse fisiólogo, cada via nervosa aferente possuia uma energia nervosa especifica que se traduzia em uma sensação especifica de cada nervo. Assim, o nervo ótico excitado pela ação da retina, ou por forças mecânicas e quimicas, produziria sempre imagens luminosas. O mesmo ocorreria com os demais sentidos.
A sensação, enquanto varização das energias nervosas especificas, representaria um elemento preciso, sorporamente situado como fenômeno, estaria de forma objetiva o objeto de estudo (sensação).


Quanto ao segundo veto kantiano, quem apresenta a solução é Hermann von Helmholtz.
A teoria proposta pe a das inferências inconscientes, de claro cunho empirista e o método da instrospecção  experimental. As inferências inconscientes, para esse fisiólogo seriam as nossas sensações organizadas por experiências passadas, que seriam armazenadas como as premissas maiores de um silogismo, aptas a ordenar de modo inconsciente e rápido as premissas menores informadas pelos sentidos, produzindo como conclusão as nossas representações psicológicas. O modo de análise das sensações, a introspecção experimental, se processaria de modo inverso a essas sinteses inconscientes, visando neutralizar os efeitos dessa inferência silogistica operada pela experiênciapassada.
Para neutralizar essa síntese inconsciente, processa-se então uma análise consciente, em que os sujeitos dos experimentos são treinados para reconhecer o aspecto mais bruto e selvagem de nossas experiências, evitando assim, o erro de estímulo que ocorre quando a inferênca inconsciente acontece.


Para tratar do último veto kantiano, Gustav Fechner representa o primeiro pilar de uma psicologia a nascer. As fundações desse pilar se encontrariam no sonho de Fechner de 22 de outubro de 1850, em que intuiu matematicamente a relação entre os elementos fisicos (estimulos) e espirituais (sensações). Ele abriu espaço para a primeira formulação de psicologia reconhecida como cientifica pelos novo padrões do céculo XIX, ou seja, superando os impasses da psicologia empirica do século XVIII, assim concluindo o último veto, Fechner fez da psicologia uma ciência sendo quantificável.

Aluna: Débora Freitas

Referencias:
 Apostila de História da Psicologia, Professora: Fernanda
Boring, E. G. (1979 [1929. 1950]) História de La Psicologia Experimental. México: Trilhas.
Boring, R.G. e Heenstein,R.J (1971) Textos básicos em História da Psicologia. São Paulo: Herder e EDUSP.
Crary,J. (1990) Tchnics of the Obscruer. Massachussetts: Cambridge University Press.           

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A filosofia moderna...

A filosofia Moderna se desenvolveu entre os séculos XVII e XIX. Até então as duvidas eram  esclarecidas nos ensinamentos dos filósofos gregos Aristóteles, Platão e Sócrates e na Bíblia. Com o tempo, a filosofia moderna foi deixando de justificar nas crenças religiosas.
 No século XVII o que ganhava importância era a doutrina de John Loke, o empirismo: "Todo  conhecimento provém unicamente da experiência, observação e experimentação."
Vários estudiosos recebem destaque nesse período, o principal deles René Descartes  "o fundador da filosofia moderna" considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo (doutrina que privilegia a razão) da Idade Moderna.
 No século XIX, o pensamento filosófico europeu foi influenciado por outra doutrina: o positivismo que reconhece somente os fenômenos naturais, fundado por Auguste Comte.
A filosofia positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e pesquisa suas leis, vistas como relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis.  Outra idéia filosófica também sustentava o positivismo. O materialismo, considera os fatos do universo suficientemente explicados pela existência da natureza da matéria. 
 Os filósofos empiristas se preocupavam em descobrir como a mente adquiria conhecimento.Afirmava ser todo conhecimento resultante da experiência sensorial.Contadizendo a idéia de Descartes, da existência das idéias inatas. George Berkeley, concordava com Locke de que todo o conhecimento do mundo exterior, tem origem na experiência. Mas para Berkeley, todo conhecimento era uma função ou dependia da experiência ou da percepção do indivíduo. Essa teoria mais tarde recebeu o nome de mentalismo.  David Hume apoiava Locke e Berkeley. Hume traçava uma diferenciação entre dois tipos de conteúdo mental: impressão e idéias. Impressões são os elementos básicos da vida mental; na terminologia atual, equivalem às sensações e percepções. Idéias são experiências mentais que vivenciamos na ausência de qualquer objeto de estímulo, o que hoje é considerado  ´´imagem`` na psicologia.
 O trabalho de Hume segue a linha domecanicismo e desenvolve o empirismo e oassociacionismo.  David Hartley, afirmava que a repetição é noção de que quanto mais frequente é a ocorrência de duas idéias simultâneas, mais rápida será sua associação. Assim como outros filósofos, Hartley enxergava o mundo mental com base no mecanismo.
James Mill aplicou a doutrina do mecanicismo à mente humana. Seu objetivo era destruir a ilusão a respeito da subjetividade ou das atividades psiquicas e demonstrar que a mente não passava de uma máquina. James Mill concordava com Locke que a mente humana era como uma folha de papel em branco, para o registro de experiências.
John Stuart Mill, filho de James Mill, afirmava em sua síntese criativa noção de que idéias complexas, formadas de idéias simples, adquirem novas qualidades; a combinação dos elementos mentais cria um conjunto maior ou diferente do que a soma dos elementos originais. No século XIX, os filósofos estabeleceram a justificativa teórica para uma ciência dedicada à natureza humana .O passo seguinte seria a transformação em realidade, que ocorreria logo graças aos psicólogos,que proporcionaram, que viria a fundação da nova psicologia.
Aluna: Ludmilla